MESAS REDONDAS

As mesas redondas serão presenciais e terão início às 19 horas.

9 de novembro de 2022 (quarta-feira)

1- Lugares para fazer História: produção, circulação e institucionalização do conhecimento histórico

Membros:
Profa. Dra. Aryana Costa (UERN/Prof. História-UERN)
Prof. Dr. Bruno Balbino Aires da Costa (IFRN/Prof. História-UERN/PPGH-UFRN)
Prof. Dr. Diego José Fernandes Freire (SEEC-RN/UNP)
Profa. Dra. Paula Rejane Fernandes (UFRN/CERES/PPGHC) – Mediadora

Resumo:
Nos últimos anos no Brasil, o campo da Teoria da História e História da historiografia tem reunido um número crescente de pesquisadoras e pesquisadores interessados em problematizar o saber histórico produzido pelos historiadores profissionais em diversos espaços de discussão: acadêmicos e não acadêmicos. Esta mesa-redonda pretende discutir a produção, circulação e institucionalização do conhecimento histórico no âmbito da chamada historiografia acadêmica, problematizando os seus lugares (e não-lugares), valores, projetos, embates e personas. Serão considerados o fazer do historiador profissional no passado recente e em instituições como a UFRN e UERN, bem como nos dias atuais, nos novos espaços criados para o exercício do ofício como as mídias digitais no período da pandemia. 
2- Guerra e resistência nas Capitanias do Norte: militares, indígenas e palmaristas na conquista dos sertões (séc. XVII-XVIII)

Membros:
Prof. Me. Júlio César Vieira de Alencar (IFRN/SPP)
Profa. Ma. Lívia Brenda da Silva Barbosa (PPGH-UFF/Professora temporária – Departamento de História da UERN)
Prof. Me. Tyego Franklim da Silva (Doutorando em História – PPGH-UFRN)
Prof. Me. Victor André Costa da Silva (Doutorando em História – PPGH-UNICAMP)
Prof. Dr. Lígio José de Oliveira Maia (Departamento de História – UFRN) – Mediador


Resumo:
Entre meados do século XVII e início do século XVIII, os sertões do Estado do Brasil estiveram na mira de um projeto de conquista e colonização. Esse processo de “adentramento” dos sertões – com o avanço das redes institucionais, concessão de sesmarias e ação dos vassalos d’El-Rei – não fluiu de forma pacífica, pois alguns grupos contestaram a conquista dentro de seus interesses e resistiram de diferentes maneiras à violência colonial. Os habitantes dos mocambos dos Palmares, na porção Sul de Pernambuco, juntamente com os indígenas que habitavam os sertões do Norte (como os Cariri, Janduí, Paiacú e Caboré) e suas estratégias de negociação são mencionados nas fontes coloniais que relatam as ações do processo de conquista como expressões de resistência. As estratégias de guerra, os acordos de paz e a diversa composição étnica das próprias tropas da Coroa demonstram a complexidade social e cultural dos mundos bélicos coloniais. Busca-se na composição desta mesa reunir pesquisas que fomentem o debate entre os processos de conquista das Capitanias do Norte e as formas de resistência encontradas pelos grupos impactados pela violência da colonização. Neste sentido, temas como “guerra justa”, resistência indígena e palmarina, instituições, tropas militares e ações de conquista e defesa das Capitanias do Norte serão debatidos aqui.
3-Autoritarismos latino-americanos: intelectuais, política e cultura

Membros:
Prof. Dr. Diego Knack (IFRN – Caicó)
Profa. Dra. Jossefrânia Vieira Martins (IFRN – Caicó)
Profa. Dra. Larissa Jacheta Riberti (UFRN – CERES)

Resumo:
A Guerra Fria na América Latina foi marcada por golpes seguidos de ditaduras militares. Em 1954, o governo democraticamente eleito de Jacobo Arbenz, na Guatemala, foi derrubado pela intervenção direta dos Estados Unidos em aliança com oligarquias e elites locais. No Paraguai, o general Alfredo Stroessner iniciou uma ditadura que perdurou até o fim dos anos 1980.  Em 1964, foi a vez do Brasil ser posto sob a tutela dos fardados. A Argentina teria pelo menos dois períodos ditatoriais, o primeiro entre 1966 e 1973, e, posteriormente, entre 1976 e 1983. Em 1973, integrantes das Forças Armadas de Uruguai e Chile depuseram os governos democraticamente eleitos de seus respectivos países. Outros muitos exemplos de quarteladas e investidas autoritárias poderiam compor tal lista que parece, à primeira vista, uma evidência inconteste de um século dominado pelo autoritarismo na América Latina. 
Recentemente, setores da historiografia têm enfatizado a necessidade de melhor compreender os mecanismos empregados pelos grupos no comando do Estado para garantirem o sucesso da dominação política em tempos de ditadura. Defendem o estudo não somente das lógicas de repressão e resistência, mas também dos recursos simbólicos, do controle da imprensa e das narrativas, estratégias empregadas para obtenção de apoio para as soluções autoritárias, como os mecanismos de construção de consenso e consentimento. Para o caso brasileiro, por exemplo, Janaína Cordeiro se dedicou ao estudo das celebrações de festas nacionais, como da Independência, ressaltando a relevância de se observar historicamente “não apenas o engajamento ativo com relação ao regime, mas também a variedade de reações possíveis diante da ditadura”, referindo-se a outras formas de apoio e silenciamento. Em linha semelhante, Denise Rollemberg se baseou nos estudos de Pierre Laborie sobre a ocupação nazista na França para destacar possíveis comportamentos ambivalentes de atores históricos em contextos-limite, como o caso de prolongados e sangrentos regimes ditatoriais. 
A presente mesa objetiva promover um amplo debate sobre o contexto latino-americano durante a Guerra Fria, os golpes e ditaduras militares. No entanto, considerando os processos de transição, muitos inconclusos e pendentes, e as heranças autoritárias dos períodos militares que ainda permanecem em muitos países da região, essa mesa também busca debater questões mais recentes. Assim, busca-se enfatizar a agência de intelectuais, artistas e demais atores políticos que tenham colaborado com os regimes de seus países ou a partir dos quais se possa complexificar a interpretação das experiências autoritárias latino-americanas.

10 de novembro de 2022 (quinta-feira)

1- Novas abordagens sobre as Capitanias do Norte: economia, administração e projetos coloniais no século XXVIII

Membros:
Prof. Dr. Gabriel Parente Nogueira (SEDUC-CE)
Prof. Leonardo Cândido Rolim (UERN/Mossoró)
Prof. Thiago Alves Dias (UPE/Petrolina)
Profa. Dra. Ana Lunara da S. Morais (UFCG-CFP/Cajazeiras) – Mediadora

Resumo:
A presente Mesa Redonda procura abordar diferentes pesquisas relativas à história econômica, política e administrativa das Capitanias do Norte do Estado do Brasil, principalmente no século XVIII e início do século XIX. Sob três prismas distintos – circuitos mercantis, governança e exploração colonial – busca-se expor renovados debates da historiografia pertinente ao tema. Essa mesa também busca suscitar novas possibilidades de pesquisa, articulando temas como: trajetórias de agentes coloniais inseridos em circuitos mercantis; conflitos de jurisdição e projetos de colonização; e, por fim, exploração econômica e formação de redes mercantis. A análise desse conjunto de temas, colabora para uma perspectiva plural e interconectada de diferentes aspectos políticos e administrativos da América portuguesa no século XVIII.
2- História das mulheres e as escritas de si

Membros:

Prof.ª. Ma. Janaína Porto (Professora de História na rede privada de ensino no RN)
Profª. Ma. Ristephany Kelly da Silva (Professora de História na Rede Municipal de Educação da Prefeitura de São Gonçalo do Amarante – RN)
Prof. Dr. Genilson Azevedo Farias (Professor de História na Secretaria Estadual de Educação e Cultura do Rio Grande do Norte – SEEC-RN)
Prof.ª Ma. Maiara J. Gonçalves (UFRN/Campus Escola Agrícola de Jundiaí e PPGH/UFRN) – Mediadora

Resumo
Dentro da epistemologia feminista, as relações de poder e a construção de identidades se tornaram chaves importantes de análise e ganharam novas perspectivas de discussões pautadas no debate de gênero a partir dos anos de 1980, nos permitindo compreender melhor as lutas e trajetórias de indivíduos, grupos e políticas públicas em busca da emancipação das mulheres, bem como de demais grupos atravessados por recortes de gênero, classe e raça.  Atualmente, como temos feito a história das mulheres no Brasil? Esta mesa redonda se propõe a dialogar e a refletir acerca das produções historiográficas e literárias que colocam em foco as mulheres e suas narrativas enquanto sujeitas históricas, a fim de fomentar discussões sobre os resultados de suas pesquisas e de suas experiências em torno de tais perspectivas.